Ao fazer o balanço geral das actividades, o
presidente da reunião, general W. R. van der Riet, da África do Sul, salientou
algumas informações importantes. Em primeiro lugar, disse “que os três Governos
Alcora” já haviam aprovado o “Conceito Estratégico Global Alcora”. Depois, que
a Subcomissão de Informações tinha “revisto a ameaça (Janeiro de 1973),
particularmente no que se refere a uma possível ameaça convencional contra os
territórios Alcora por volta de 1976” ,
pelo que tinha sido decidido discutir a ameaça num ponto específico da agenda.
Finalmente, o presidente acrescentou que tendo sido determinado à subcomissão
de Comando e Controle que “elaborasse propostas relativas à organização,
funções, modus operandi e requisitos
em pessoal para um Quartel-General Permanente Combinado Alcora”, esta tinha
recomendado um ”Estado-Maior Permanente Alcora”, mas que os acontecimentos
tinham ultrapassado essa proposta. De facto, “a proposta da RAS relativa a uma
mais ampla organização foi discutida entre os ministros da Defesa de Portugal e
da RAS que concordaram com o estabelecimento de uma Organização Permanente de
Planeamento Alcora (PAPO)”. Mais, o presidente “expressou a sua satisfação pelo
facto de todas as deliberações Alcora relativas a uma organização permanente”
terem sido aprovadas pelos dois governos, sendo de salientar que a RAS se
ofereceu “para fornecer acomodação e serviços administrativos requeridos pela
PAPO em Pretória”. A estas informações, um representante rodesiano declarou que
“o Governo Rodesiano aceitou em princípio as propostas feitas para a PAPO e
acrescentou que os rodesianos estavam muito gratos e sensibilizados com a RAS
pelo convite”, tendo o representante português acrescentado que “a delegação
portuguesa se sentia muito satisfeita com o facto de a PAPO ser estabelecida”,
chamando a atenção para dois factos recentes: “os governos africanos tinham
recentemente feitos grandes esforços com o fim de resolver os seus diferendos e
tinham progredido nos seus esforços contra nós” e “o acordo sobre a guerra do
Vietnam podia conduzir ao fortalecimento das organizações terroristas e ao seu
apoio com um aumento do fornecimento de armas e material”. Por isso,
acrescentava o representante português, “o trabalho a realizar durante esta
reunião seria da maior importância para a África Austral”.
O governo português, no final da sua existência,
comprometia-se numa aliança contrária ao seu próprio entendimento político da “questão
ultramarina”, preferindo uma aliança com os países racistas da África Austral a
qualquer outra solução.
Ver: Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, Os Anos da Guerra Colonial, Porto, Quidnovi, 2010, p. 732.
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