No dia 19 de Outubro de 1921, faz hoje 90 anos, ocorreu em Lisboa um movimento revolucionário dirigido por uma junta militar, seguido de uma dramática actuação de alguns grupos radicais que conduziu à "Noite Sangrenta", durante a qual foram assassinados Machado Santos, António Granjo, Carlos da Maia e outros republicanos, em condições nunca completamente esclarecidas.
Raul Proença referiu os acontecimentos na Seara Nova poucos dias depois:
"E a verdade é que, quando um movimento sedicional se produz nas circunstâncias do actual, por melhores que sejam as intenções dos seus dirigentes, a baixa vasa humana dos sectários acha neles ocasião asada para exercer os seus instintos de morte e de rapina. Uma meia dúzia de homens caiu varada pelas balas dos assassinos. Não perguntemos qual foi a sua política, quais os seus erros, e os seus nomes. Foram homens que caíram, vítimas dos erros e dos crimes de nós todos - dos deles próprios também. Vítimas de tudo o que fizemos e do que não fizemos; do que dissemos e do que calámos; do que praticámos e do que consentimos; do nosso egoísmo e do nosso silêncio; da ignorância profunda em que deixámos o povo; da nossa falta de ideal, de espírito democrático e visão total das realidades"
Sem comentários:
Enviar um comentário